Hoje nós tivemos a tendência a virar chuva. Foi essa força
da gravidade, que tá acontecendo sem fazer barulho quando a gente cresce - quando a
gente some. Quando qualquer som que aparecer for consequência de algo que
chocou, ou um atrito que explodiu. Daqui a pouco você evapora quando eu tomar
meu café da manhã e perder o jejum. Reencontrar a mecânica dos dias entre
aquilo que passou e isto que não nos deixa mentir quem somos. Lembrando que eu
só estou dizendo isso para experimentar uma forma de me sentir suspenso
enquanto a chuva me percorre. Um ponto vira uma exclamação quando chove. Uma
nuvem vira crise. Há um desejo agora de me ascender. De trazer pra cima a
beleza cansada de ser leve e tudo bem. E-le-var, um esquema cotidiano esse de
tornar as coisas menos gravidade. Mas nos dias de folga eu te direi: 'vai pra mim, hoje' ou ‘vai por mim’... Vai, por mim, porque eu confio no amanhã, que só é vazio por eu
desconhecer o que há de vir ao meu encontro pelo poder de estar vivo. Poder ser
lido. Você, ele, aqueles e aquilo têm a capacidade de me
variar - entre aquilo que passou e isto que não nos deixa mentir quem somos,
mais uma vez.
Exosfera, meu amor.
2 glosas.:
que maravilhosos são os teus textos, realmente me identifiquei. ale´m da enorme inspiração que eles causam.
E eu aqui, ficando sem ar na troposfera. Muito boa a prosa!
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