não era bela. nem puta nem talvez donzela. apenas ela. olhar fixo ao chão, tão submisso a qualquer acaso, mas preciso. seus braços em duas arcadas suspensas nos ombros nus na camiseta, tinham as mãos deslizantes a acalmar a rebeldia silenciosa dos cabelos. alisava tranquilamente, desde a fronte até o encontro do polegar esquerdo. este sempre tão ligeiro, sustentava a réstia com suas mechas a girar sobre ele, numa dança lasciva que a si própria se prendia. um trabalho que denunciava o total obedecimento do corpo. aquele ato mantinha seu charme particular que não prevalecia idades nem classes. sejam avós, mães, ou menininhas. todas na expectativa para sua próxima missão. por fim, olhava as mãos. aquelas linhas que foram abrigos imediatos de vários fios de cabelo.
tudo belo, num simples prender de cabelo.