Título

essa rede de fibra
a balançar
sua única deriva
meu pé direito
suspenso numa gravidade lunar
a cabeça tem um pensamento
cor de seda verde-limão
torcendo o pensamento bagaço
nessa madruga
silêncio de pedra
todo o mistério do mundo na palma
da mão na rede de fibra
a linha da vida
a curva da rede
a balançar faminto
o corpo pelo espaço
falando em braile
só lido em tato.

Tese de deslocamento

para aporte teórico
telha observadora 
de sombra de árvore
que roça na bica
conta segredo de água
na fruta que não escuta
suculência resguardada.

Luxo

que tempos
de tem que
me erram.