Mentes oculares - Anderson Sévlla e William Gomes


Num precipício qualquer
Vejo a cura de todo sofrimento,
A beleza do novo nascimento,
Vejo o que não se ver
Vejo por dentro dela o legítimo desejo
Do corpo proferir-se
E brotar a fumaça do cansaço
Do riso sardônico
Que provocara tantos outros

Nesse mundo maluco onde um fim e o começo
De alguma resposta
Encontrei-me quando tava perdido nesse jardim
Em meio à flores mortas
Por pegadas de gente apressada
Que não sabe o que é um contemplo

Pessoas vêm e vão, querendo alcançar o infinito
Numa viagem perspicaz
Através de horizontes que estão gravados em sua mente
Sem saber que ao longo pode se deparar a um abismo,
Onde sempre quis chegar.
Mesmo assim ainda creio
Que o arco-íris preto e branco irá brilhar.


, Inverno de 2007