Vácuo - William Gomes 28/10/2007


Daqui de dentro não existo
Só ouço gritos e gemidos
Em rumores longínquos
A luz enfraquece.
Adaptável respirar
Objetos furta-cor voando por fora do vácuo
Bicam a casa frágil
Modelando constelações.

De PAPO com o silêncio


(Fico devendo uma foto aqui do lugar que eu citarei abaixo. Aguardem!)


Enquanto eu estou aqui, penso nos que estão lá dentro vendo um filme ridículo, dormindo ou jogando papo fora. Não troco meu novo recinto. Quer saber como cheguei aqui?
Depois do almoço; do cochilo de olhos abertos numa gostosa e antiga cama, resolvi sair.
Se pra chegar à casa de minha avó eu corto uma estrada à esquerda, resolvi voltar ao local do corte e fui caminhando reto. Dei no fim da estrada. Subi à direita e acabei aqui, sentando num pedaço de madeira bem embaixo de uma árvore de galhos secos. Fui ler minha revista ali mesmo. Afinal, ela tem tudo haver com todo esse clima aqui. O sol batia sua quentura no tronco da árvore e ela projetava uma sombra fresca em mim. Ao olhar para cima, vi somente os galhos pretos rachando o inocente azul do céu. O silêncio daqui entra dentro de nós e nos embala; nos faz pensar em tanta coisa. Queria tirar uma foto disso e compartilhar essa visão com vocês. Volto lá quando tiver. Enquanto isso, fico devendo.
Ah, se todos eles tivessem ao menos uma gota de simplicidade para descobrir lugares como esses. Um grande refúgio pra alma. Na próxima vez, já sei onde terei um encontro. Fechei o mês satisfeito.









William Gomes acaba de achar um pedaço do paraíso em 30/09/2007