Exosfera, meu amor.

Hoje nós tivemos a tendência a virar chuva. Foi essa força da gravidade, que tá acontecendo sem fazer barulho quando a gente cresce - quando a gente some. Quando qualquer som que aparecer for consequência de algo que chocou, ou um atrito que explodiu. Daqui a pouco você evapora quando eu tomar meu café da manhã e perder o jejum. Reencontrar a mecânica dos dias entre aquilo que passou e isto que não nos deixa mentir quem somos. Lembrando que eu só estou dizendo isso para experimentar uma forma de me sentir suspenso enquanto a chuva me percorre. Um ponto vira uma exclamação quando chove. Uma nuvem vira crise. Há um desejo agora de me ascender. De trazer pra cima a beleza cansada de ser leve e tudo bem. E-le-var, um esquema cotidiano esse de tornar as coisas menos gravidade. Mas nos dias de folga eu te direi: 'vai pra mim, hoje' ou ‘vai por mim’... Vai, por mim, porque eu confio no amanhã, que só é vazio por eu desconhecer o que há de vir ao meu encontro pelo poder de estar vivo. Poder ser lido. Você, ele, aqueles e aquilo têm a capacidade de me variar - entre aquilo que passou e isto que não nos deixa mentir quem somos, mais uma vez.
Exosfera, meu amor.

2 glosas.:

Antônio LaCarne disse...

que maravilhosos são os teus textos, realmente me identifiquei. ale´m da enorme inspiração que eles causam.

Camila Vivas disse...

E eu aqui, ficando sem ar na troposfera. Muito boa a prosa!