Por que quando eu falo em primeira pessoa você acha que sou eu?

Por que quando eu falo em primeira pessoa você acha que sou eu? Eu caiu em cima de um monte de camisas amassadas. Eu gostou de roçar na parede pela primeira vez - e ainda gosta. Eu bebeu pra vomitar sua sobriedade em cima de uma estampa desenhada através de - como é mesmo que chama? - hialografia. Conjulgo as coisas num estado de cooperação emotivamente egoísta sempre que me dá um conforto bacana quando sinto que esse bolso só tem espaço para mim, com ou sem botão. Mas, se puder, me ajuda a fechar esse zíper porque eu esqueci de me virar pelo avesso antes de entrar aqui. Continuamente, por favor. E nós? Você sabe dar? Cegos, surdos ou de 4? Dê um nó de 4, então. E me ter, você sabe? Depois de constantes transbordamentos nos últimos tempos eu desaprendi de me ter. E me tinha melhor quando era mais hermético como uma lata de sardinha. Lembro que podia caber tranquilamente um mar inteiro lá dentro - além de mim, claro. Eu juro que construí até um porto naquele pote em tempos de tempestade. Mas a bonança destruiu. Fiquei tão raso que faltou fôlego para afundar de uma vez. Ande logo com esse zíper ou corra com essa faca. Percorra! - léguas faiscando estrelas com essa ponta no asfalto.
Eu morreu.
Eu _ _ _ri.