aos pós


hoje mais cedo recebi uma carta vinda do Sri Lanka,
de uma freira desesperada por uma pulseira de miçangas
dizia que a vida estava boa mas tinha pressa
de se ver no espelho tão nua quanto morta
dizia também que era viúva em segredo
de um operário da fábrica de cimento
que morreu de infarto com impurezas no peito
um dia me visitaria, em meados de janeiro ou fevereiro
assim que não aguentasse mais comer pão velho de mosteiro.