Prezar

não era bela. nem puta nem talvez donzela. apenas ela. olhar fixo ao chão, tão submisso a qualquer acaso, mas preciso. seus braços em duas arcadas suspensas nos ombros nus na camiseta, tinham as mãos deslizantes a acalmar a rebeldia silenciosa dos cabelos. alisava tranquilamente, desde a fronte até o encontro do polegar esquerdo. este sempre tão ligeiro, sustentava a réstia com suas mechas a girar sobre ele, numa dança lasciva que a si própria se prendia. um trabalho que denunciava o total obedecimento do corpo. aquele ato mantinha seu charme particular que não prevalecia idades nem classes. sejam avós, mães, ou menininhas. todas na expectativa para sua próxima missão. por fim, olhava as mãos. aquelas linhas que foram abrigos imediatos de vários fios de cabelo.

tudo belo, num simples prender de cabelo.

5 glosas.:

Ravena disse...

uma das coisas mais lindas q tu escreveu. gostei muito, tu bem sabe.

Di Giacomo disse...

Salve, William! Valeu pelo comentário e por adicionar o Punk Brega no seu blog. Farei o mesmo lá! Quando quiser ler mais poesias:
http://memoriasdeumperdedor.blogspot.com/search/label/poesia

Dayane Abreu disse...

Acho lindo quem consegue dar esse ar de espetáculo a um gesto tão simples.
Aplausos.

Frico disse...

Ah, mudei o endereço do blog para www.punkbrega.com.br. Você muda o link aí? Valeu! abrax

André HP disse...

O meu também mudou: www.anarcofagia.com/sss

E cheque aí se você recebeu um e-mail meu.

Abraço!