Um corpo que dorme

a meia-luz ilumina os contornos absolutos dos obstáculos de músculos da tez estática. a respiração se disfarça num grito mudo de vida a se esbarrar pelas narinas. a face interpreta com sua vulnerabilidade exposta o íntimo ser, dos sonhos que não passam de atuações sinceras de prosopopéias alheias. enquanto dorme, o corpo se mantém em sua mais intensa insipiência, tal qual um feto no silêncio materno e mundano. o sono é a imobilidade da matéria diante do fluxo contínuo do universo abstrato.

1 glosas.:

Rita Loureiro Graça disse...

Jeito complexo de descrever o simples sonar, que ficou bonito.