Fome

a comida na boca aberta descia
pelo bico que a mãe trazia
era determinada e altiva
queria a evolução rápida da cria

não, seu genitor o desconhecia
voar livre era o que ele queria
mas com essa cria... não podia
então, deixou sua família

pelo bico da mãe o filhote crescia
o olho iluminava sempre que o sol nascia
àquela hora, do ninho ele saía
corpinho frágil e trêmulo no chão espatifaria
se a cobra que o engoliu não estivesse ali, faminta.

3 glosas.:

Vanessa Gomes disse...

Wow.

Caramba, incrível como tem gente boa que escreve. O Brasil precisa conhecer talentos assim.

Muito, muito bom.

=)

Giuliano Marley disse...

Quando leio aqueles versos do "Tribuna do Sertão", depois leio… isso… sinto um desgosto profundo, ao passo que vejo a sorte que tenho.


(Que geléia estava meu cérebro ao ler pela primeira vez. Não entendi atpan taet edde soa nenhuma! Depois de limpar a baba que escorria pelo canto de minha boca e ver que se tratava de pássaros, quase chorei por causa de tamanha beleza desse emaranhado de caracteres.)

dani.ella disse...

o bom escritor/poeta sabe usar as palavras de dentro pra fora
e de fora pra dnetro [como foi o caso]

ta cada vez melhor, moço!