
-Toma! – entregou rapidamente e desejou um feliz dia dos pais bem mecânico.
Ou ouvir a doce voz, o pai pôs o jornal sobre o colo e os óculos em cima da mesinha de mogno.
-Vem cá. Senta aqui. – segurou-o fortemente pondo-o em seu colo fazendo o barulho do amasso das folhas de jornal. Vamos abrir juntos pra ver o que é.
O laço verde-cana foi arrancado delicadamente pelo menino enquanto o pai foi tirando a fita adesiva com cuidado para não rasgar o papel. Esse que seria guardado por anos embaixo do colchão. E viu dentro do saco transparente, uma camisa branca com a foto de sua esposa e do menino num Natal frio e quieto. Embaixo da imagem estava escrito com uma fonte lilás, a manjada frase: Feliz Dia Dos Pais.
-Foi a única foto que eu achei.
-Não tem problema. Muito bonita. – deu um beijo no olho do guri e foi pro quarto.
O menino foi pro quintal pegar sua bermuda jeans e sua camisa vermelha que estava no varal. E seguindo pro seu quarto, viu que a porta do quarto do seu pai estava fechada. Parou diante dela. Pensou. E seguiu pro seu. Apoiou os cotovelos no parapeito da janela para ver o céu. Azul e vazio.
Ele não sabia que a mudez tomaria conta da casa nos próximos 365 dias.
William Gomes, 25/02/2008
4 glosas.:
William!
Obg pelo comentário.
acho que sobre o seu não preciso dizer nada née?! ta oótimo :)
té mais menino que conheci sei lá da onde o.o
:*
[...] lindo post, sensível, triste, rico em detalhes que me fazem transceder ao momento exato da cena. adorei!
Como o outro...bom!!!Tem um pouco seu e um pouco de mim tb!
Bjo meu bem
Ah nem...Por quê??
Não gosto da vida real...
:P
Postar um comentário