Hoje eu queria falar da língua. Da língua como chave - das fechaduras que abrem portas flácidas pra certos cômodos que modificam a cada lambida. Interiores fora do corpo. Além-pele, além-osso, além-olhos...
a lembrança.
Andasandália
a sandália
esfria
fora do pé.
faz vento
dentro
da mão
da mãe
que batia.
a sandália
desfila
passa por ela
própria
na passarela.
com correia
sem correria.
eu te ando!
anda sandália
andança.
e o que eu mais gosto de ser poeta
cada verso é uma fita
métrica de estrofe
mas não se pode medir
o quanto cada palavra sofre.
na rima.
por isso,
quando falo morte
eu crio um acorde
de acordo ao ímã
que a palavra acima
se/me faz mais forte.
e o que eu mais gosto de ser poeta é poder usar os versos na falta de
curativos
preservativos e
antidepressivos.
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